Entre os dias 10 e 15 de março, os jovens do Centro Salesiano do Aprendiz (CESAM) de Goiânia participaram de uma mostra e oficina de produção de curtas-metragens, organizadas pela União de Cineclubes de Goiânia. As atividades aconteceram como desdobramento da participação de aprendizes nas exibições realizadas no Teatro Sesc Centro no início do ano. Os encontros foram conduzidos pelo produtor audiovisual, mestre em Ciências Sociais e coordenador da união, Lillo Biagetti.
Especialista na relação cinema-educação, ele afirma que aprender sobre o cinema é uma oportunidade para os aprendizes explorarem habilidades essenciais em diferentes contextos, incluindo o profissional. Segundo o coordenador, promover a mostra e a oficina de produção de curtas-metragens é uma forma importante e criativa de explorar novos conhecimentos. “A segunda coisa é que os jovens entendem que a mochila cultural, a mochila de experiências que cada um tem, enriquece um ao outro. Então, a troca de experiências, conversa, diálogo e debate permite que as pessoas aprendam em conjunto. Essa socialização do conhecimento é importante.”
Os encontros apresentaram diferentes possibilidades de produção audiovisual, exibindo curtas-metragens desenvolvidos através da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022). Após a mostra de curtas-metragens e a oficina de produção audiovisual, os aprendizes foram motivados a desenvolverem seus próprios filmes utilizando a câmera do celular. As produções dos jovens da instituição serão exibidas no Festival Salê Cultural, que é realizado todo fim de ano no CESAM Goiânia.
Lillo reforça que as atividades de inserção dos jovens no universo do cinema fortalecem o conhecimento sobre a cultura regional, auto conhecimento e diferentes formas de expressão. “É um estímulo para eles produzirem suas próprias peças artístico-culturais mostrando as suas inquietudes, seus desejos e seus sonhos através do cinema. É uma nova forma de produção. Além disso, os jovens hoje podem aprender a fazer e o cinema pode se transformar em uma oportunidade de trabalho para eles no futuro.”
Os curtas-metragens exibidos abordaram diversos temas sociais, como o buylling, desigualdade socioeconômica e direitos humanos. A aprendiz Luana Batista elogia a iniciativa por trazer assuntos muito relevantes para a juventude e dentro de situações reais. “Cada um trouxe uma ideia diferente, uma história e um problema social que a gente enfrenta no dia a dia.” Já o aprendiz Carlos Eduardo Rodrigues ressalta também a qualidade das produções. “Eu achei interessante o fato dos curtas serem muito bem produzidos e trazerem algo do cotidiano nosso. Sempre uma lição de vida e de moral que nos ensina alguma coisa nova.”
A educadora do CESAM Goiânia Mônica Godoi explica que a mostra e oficina são iniciativas que fortalecem a qualificação socioprofissional dos jovens por promoverem o desenvolvimento cultural e social. “Esses filmes, que muitas vezes abordam temas relevantes da realidade local, oferecem uma rica oportunidade de reflexão e aprendizado. Vai além do entretenimento. Eles são uma janela para a diversidade cultural e uma forma de expressão artística que estimula a criatividade e o pensamento crítico. Ao assistir a essas produções, os jovens podem se conectar com narrativas que refletem suas próprias experiências e desafios.”
Segundo a educadora, as atividades desenvolvidas com União de Cineclubes de Goiânia promoveram mais um espaço de diálogo e debate sobre os temas abordados, importantes para desenvolver sua visão sobre a sociedade. “Trazer os curtas-metragens e a oficina para os nossos aprendizes é uma ação que promove a educação, a cultura e a cidadania. Essa interação é essencial para se tornarem mais engajados e conscientes de seu papel na construção de um futuro melhor. Então, é um passo muito significativo para formarmos cidadãos capazes de transformar profundamente suas vidas e comunidades.”
