Em todos os tempos, o Senhor olha com amor para Sua Igreja e percebe aquilo que ela mais necessita nos momentos que vive. Assim, conforme a Igreja vai sendo o sacramento universal da salvação no tempo, as diversas realidades que ela encontra de fraquezas, violências, negligencias e desumanidade que acontecem no seu redor podem acabar por “machuca-la”. Por Seu Amor, Jesus procura medicamentos e remédios diferentes e diversos para curar as feridas, e os remédios que Ele dá são os Santos!
“São João Bosco acreditava ter recebido do Senhor, pela intervenção da Virgem Maria, uma vocação especial e ser assistido e guiado quase que pela mão, na realização de sua missão. Sua resposta foi tal que a Igreja apresentou-o oficialmente aos fiéis como modelo de santidade.” -São João Paulo II
Assim como os remédios são diferentes entre si para cada tipo de doença ou machucado, os santos carregam características diferentes para cuidar de tempos e dificuldades diferentes. Alguns são mais voltados para contemplação, outros para ação, uns tiram a Igreja e seus membros da zona de conforto, outros mudam as estruturas ao seu redor para que acolham bem a Igreja e a Cristo, uns trazem novos membros para a Igreja sendo missionários, outros ajudam aqueles que estão distantes a voltar, alguns, ainda, animam os que estão dentro e perdendo a força ou a direção. Mas há aqueles que parecem ser tudo, contemplando e agindo, tirando a Igreja e o mundo ao seu redor do conforto para atender o apelo de Cristo e dos homens, chamando para dentro os que estão fora, para perto os distantes e dando vida para os que estão dentro e sem forças. Um desses santos é Dom Bosco.
Dom Bosco nasceu no dia 16 de agosto de 1815, no ano que foi declarada a festa de Maria Auxiliadora, e já aos 9 anos tem um sonho que experimenta um encontro com Jesus e sua Mãe, onde é chamado pessoalmente, pelo nome, para viver uma missão na Igreja: “Não é com pancadas mas com a mansidão e a caridade que deverás ganhar esses teus amigos. Põe-te imediatamente a instruí-los sobre a fealdade do pecado e a preciosidade da virtude.”
Igreja tem sua origem de “assembleia” em latim e “chamados” em grego, sendo ela a assembleia dos chamados, e todos com um chamado em comum: o Senhor dizendo “siga-me”. Dom Bosco foi um homem chamado por Deus, para ser sinal da mansidão, da caridade, do amor de Deus para os jovens, ensinando quanto o pecado é ruim e quão boa é a virtude, sendo um remédio para suas necessidades e feridas, curando-os de seus males temporais e espirituais, dando alimento para o corpo e para a alma, querendo para seus amados jovens a alegria no tempo e na eternidade.
Quando Deus deu o presente da vida para Dom Bosco, veio junto no pacote a graça de uma vocação, que é um fruto da Igreja, especialmente a igreja domestica da família de Dom Bosco, mas um fruto da Videira, que é Cristo, para a Igreja, para ser o vinho que o Divino Samaritano haverá de derramar nas feridas daquele que encontrar no chão machucado, especialmente os jovens pobres, excluídos e explorados, da cidade de Turim. Mas também de todo o mundo, graças aos seus filhos, filhas e membros da Família Salesiana que procuram ser a continuação de Dom Bosco, a continuação desse fruto, dessa vocação, para amparar e curar os machucados da Igreja e atender a demanda dos tempos.
Autor: S. João Paulo Isidro