Neste mês de novembro somos convidados a rezar pelo Papa, para que, no exercício da sua missão, continuando a acompanhar na fé o rebanho que lhe foi confiado, com a ajuda do Espirito Santo.

Caros amigos,

Saudações desde Malta. Na história da Europa, Malta esteve na encruzilhada de muitas potências, que ocuparam a ilha até 1964, quando conquistamos a nossa independência. O nosso idioma e os nossos sobrenomes são testemunhas da longa série de ocupantes. Essa história garantiu que o encontro e o fascínio pela diversidade estivessem no DNA do povo maltês.

No passado, Malta ofereceu muitos missionários a muitos países; hoje, ela também recebe missionários. Estou convencido de que o trabalho missionário é, antes de tudo, uma questão de encontrar companheiros de viagem no caminho da vida. A ação é o segundo passo. Espero e rezo para que cada vez mais pessoas na Igreja fiquem intrigadas com a beleza do encontro entre diferentes histórias, porque essas diferenças devem ser um enriquecimento. Espero que possamos cultivar esse encontro e fazê-lo crescer.

P. Roberto Falzon SDB

Coordenador Regional da Animação Missionária para a Região da Europa Centro e Norte e DIAM para Malta

Papa Francisco e o seu "conceito de missão"

Em seu magistério, o Papa Francisco quase nunca fala de "missões", ou seja, de missões no sentido clássico de "missio ad gentes". Ele fala, porém, com muita frequência de "missão" (Evangelii Gaudium), da missão da Igreja em que estamos envolvidos desde o batismo, mas do que não podemos fazer qualquer reivindicação, porque é, antes de tudo, a missão do próprio Jesus Cristo da qual somos apenas participantes.

Segundo o Papa Francisco, a missio compreende a pessoa inteira com seus valores, seus relacionamentos, sua fé e o mundo em que vive. Pressupõe, portanto, a disponibilidade para o encontro e a saída, bem como a capacidade de escuta e diálogo real. Ela se manifesta no esforço pela própria conversão, em atitude de altruísmo, na aceitação do outro e na misericórdia em suas várias formas. Essas são atitudes principalmente interiores e, portanto, é muito importante libertar a missio de todas as formas de funcionalismo. A missio não significa primariamente fazer alguma coisa, ou seja, comprometer-se de alguma forma, organizar ou construir algo, mas é o horizonte de todo pensamento e atividade cristã, um verdadeiro modo de vida. É um dom que o cristão recebe de Deus com gratidão, porque é um dom imerecido, e ao mesmo tempo ele quer que muitos outros façam parte dele. Essa atitude transforma-o e transforma a comunidade em que vive, e gradualmente muda outras pessoas que lhe são próximas e transforma todo o ambiente ao seu redor.

Para Francisco, a Igreja inteira está em movimento como povo fiel de Deus que vive no espaço e no tempo, porque é a obra daquele que mais está em movimento, o Deus Trindade, e esse movimento no próprio Deus é também a base do movimento missionário. Assim sendo, se não houver condições para esse movimento na Igreja, nada se move, a Igreja permanece estática e "decompõe-se".

Se nos perguntarmos como se pode exprimir a visão de missio de Francisco, podemos usar seus conceitos-chave: encontro, saída e serviço misericordioso. De acordo com ele, o missionário é o discípulo e vice-versa, ou seja, aquele que, por meio da sua fé, encontrou Jesus Cristo, foi chamado por Ele e enviado às pessoas. Ele quer encontrá-las a fim de levar-lhes a Palavra de Deus e tornar seu amor acessível, por isso vai ao encontro delas e quer servi-las em sua situação específica com um coração misericordioso, ajudando-as em seu caminho para uma vida plena em Cristo.

P. Pavel Ženíšek SDB

Membro do Setor para as missões salesianas

VIVER O “SACRAMENTO DA PRESENÇA” ENTRE OS JOVENS DO PANAMÁ

Querido Alex, como a presença salesiana é conhecida e percebida pela sociedade panamenha, que conta com "apenas" duas comunidades na capital do país?

Em 116 anos de presença, os salesianos no Panamá tornaram-se companheiros significativos no desenvolvimento do país e protagonistas da sua educação e da sua pastoral, como podemos ver no impacto que as duas comunidades têm atualmente no país: a Basílica de Dom Bosco, uma das paróquias mais importantes da arquidiocese e um grande centro de devoção a Dom Bosco, que reúne centenas de milhares de peregrinos e devotos de Dom Bosco todos os anos, e o Instituto Técnico Dom Bosco, que continua a ser um ponto de referência para a educação técnica no país.

O que mais falta aos jovens do Panamá?

Problemas como a pobreza, a delinquência, o crime organizado, a evasão escolar, a falta de oportunidades e a enorme lacuna econômica entre ricos e pobres são problemas enfrentados pelos jovens atualmente. Em um país onde vivem 1,8 milhão de jovens, percebe-se certo desconforto entre os jovens diante da incerteza gerada pela construção de um país com objetivos mais nobres. Portanto, são necessários modelos consistentes para reacender o ardor juvenil no Panamá.

Como considera a dimensão missionária no seu País?

Atualmente, o cristianismo continua a fazer parte da espinha dorsal da sociedade panamenha. No entanto, também existem correntes como o secularismo e o consumismo, que promovem algum tipo de individualismo, hedonismo e não afiliação religiosa. Isso permite entender que a ação missionária da Igreja no Panamá deve ser orientada para cuidar do povo de Deus, não apenas com os sacramentos, mas também ouvindo e acompanhando, especialmente os jovens, permitindo-lhes também desempenhar algum papel de liderança.

Como salesianos, somos chamados a dar testemunho da nossa fé e da nossa vocação. Ter atualmente apenas cinco salesianos de nacionalidade panamenha é um dado de fato, o que nos mostra que devemos enraizar o carisma nos corações dos nossos jovens, vivendo o "sacramento da presença" entre eles e testemunhando-lhes a beleza da nossa vocação. E não devemos ter receio de explicitar a proposta vocacional aos nossos jovens e ajudá-los a abrir-se para horizontes mais amplos.

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