A Intenção Missionária da Congregação Salesiana do mês de Agosto 2023 é um convite para rezemos pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa ajude os jovens a pôr-se a caminho, testemunhando o Evangelho com a própria vida.
Caros irmãos e irmãs,
É uma grande alegria poder viver a união com Deus na vida cotidiana, permitindo que Cristo Ressuscitado aja, viva e trabalhe em nós e por meio de nós, reforçando assim a nossa consagração batismal, no espírito de Dom Bosco, no estilo salesiano! Essa é a vocação da Fraternidade Contemplativa Maria de Nazaré, intuição carismática do nosso fundador, Dom Nicolás Cotugno, SDB.
E também uma grande alegria poder vivê-la na complementaridade dos diversos estados de vida: esposos, famílias, crianças, adolescentes, consagradas, sacerdotes e os nossos destinatários preferenciais, os jovens. E como é belo poder fazer isso em comunhão com a grande Família Salesiana.
O Espírito Santo continue a incentivar o nosso caminho na Igreja!
Sra. Silvia Ourthe-Cabalé - Moderadora da Fraternidade Contemplativa Maria de Nazaré
O dinheiro e os Missionários
O dinheiro é um elemento essencial da vida cotidiana. E, como qualquer empreendimento humano, as atividades missionárias também precisam de recursos financeiros. O dinheiro é precioso e, como tal, é um recurso significativo para proclamar o Evangelho àqueles que não conhecem Cristo, também nos centros urbanos e em países de antiga tradição cristã. O dinheiro é como a roda de um veículo. Sem dinheiro, o trabalho de evangelização não pode ir adiante e se desenvolver. É necessário dinheiro para construir estruturas e executar programas. Para alcançar as periferias e abrir novas fronteiras, os missionários precisam de recursos para o seu sustento e para as novas iniciativas.
Os benfeitores ajudam porque acreditam em nosso trabalho missionário. Mas os benfeitores e as agências doadoras podem ter preferências e ideias sobre como usar o seu dinheiro. Muitas vezes, para garantir o apoio financeiro contínuo, a opinião e as ideias dos benfeitores ou das agências doadoras são incorporadas a um projeto local. Quando o missionário promove a dependência paternalista, os habitantes locais esperam passivamente para receber ajuda em vez de contribuir ativamente para atender às próprias necessidades. Da mesma forma, quando os missionários são tidos em alta conta porque são vistos como fonte de benefícios materiais, cria-se um abismo social entre eles e aqueles a quem estão levando o evangelho.
Pode acontecer que, do ponto de vista dos habitantes locais, os missionários sejam vistos como ricos porque podem buscar fundos para seus projetos, possuir veículos e desfrutar de confortos com os quais os habitantes locais nem sonham. Isso leva a uma imagem distorcida do missionário e a proclamação do Evangelho torna-se difícil. Por isso, fica claro que um dos desafios mais significativos nas atividades missionárias é como administrar o dinheiro, porque as questões relacionadas ao dinheiro podem favorecer ou prejudicar o mesmo anúncio da pessoa de Jesus Cristo.
O caminho a seguir é promover a gestão corresponsável entre as partes interessadas: benfeitores, doadores, missionários e população local. A gestão envolve a manutenção de padrões aceitos de responsabilidade e transparência, a manutenção de registros em papel para que auditores e contadores possam verificar o uso do dinheiro, a conformidade com as regulamentações financeiras do governo e a integridade ética e moral.
O mesmo Dom Bosco recebeu muito dinheiro de benfeitores. Entretanto, a sua vida foi marcada pela austeridade, pelo trabalho árduo e pelo serviço generoso aos outros. Ele insistia no significado da gestão: "Lembrem-se bem de que o que temos não é nosso, mas dos pobres; ai de nós se não fizermos bom uso disso" (MB V, 450). De fato, o dinheiro é importante, mas não é tudo. É um recurso a ser usado de forma moral e ética para proclamar o Evangelho de forma mais eficaz.
P. Alfred Maravilla SDB - Conselheiro Geral para as Missões
PREPARAÇÃO PARA A JMJ: UMA EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA
Caro Sílvio, Juntamente com o Papa Francisco, rezamos este mês por todos os jovens que participam do encontro da JMJ em Lisboa. Você esteve envolvido na preparação e agora tem muito a ver com a organização. Qual é exatamente o seu papel?
Todos os Salesianos da Inspetoria foram chamados a dar a sua contribuição na preparação da JMJ 2023. A nível local, faço parte da equipa que prepara o acolhimento dos jovens na minha Obra Salesiana. Isto, supôs dar a conhecer aos colaboradores leigos, aos pais da Escola e membros da Paróquia Salesiana, em que consistia a JMJ e de que forma podiam contribuir para a sua realização. Ao longo do ano, animei o nosso grupo de jovens que vai participar na JMJ. Enfim, participo da equipa de trabalho que prepara a Vigília com que culmina o dia 2 de agosto, dedicada ao Movimento Juvenil Salesiano, onde estarão perto de 7000 jovens, e que conta com a presença do Reitor-Mor e da Madre Geral das FMA.
Em que você vê a maior contribuição do estilo salesiano para esse grande evento?
Antes de mais, o testemunho de santidade de Dom Bosco, que é um dos patronos da JMJ 2023, e assim, muitos outros jovens portugueses têm tido oportunidade de o conhecer melhor. Depois, os Salesianos fomos chamados a colaborar na Cerimónia de Acolhimento do Papa Francisco, tendo assim um papel muito ativo, naquele que será o primeiro momento de grande encontro entre o Santo Padre e os jovens de todo o mundo. Por fim, a Família Salesiana e o MJS deixarão a sua marca na Feira das Vocações, com um stand dedicado à missão e à espiritualidade salesiana, bem como pela participação, com várias iniciativas, no Festival da Juventude, entre as quais um musical sobre Dom Bosco.
Você percebe algum impacto dos preparativos da JMJ na conscientização e animação missionária em sua Inspetoria?
A JMJ é o maior acontecimento juvenil a nível mundial. Só por essa razão, já está a criar impacto. Os nossos jovens estão empenhados na preparação deste grande encontro de fé e de juventude, o que tem despertado o sentido de pertença eclesial e carismático, uma maior criatividade na forma de chegar aos outros jovens, com uma atenção aos mais distantes, para não deixar ninguém à margem do convite lançado pelo Papa Francisco. Podemos dizer que a preparação da JMJ 2023 foi uma autêntica experiência missionária.