O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé) e o Instituto Ambiental de Estocolmo produziram o subsídio ‘A Nossa Casa Comum: Um guia para cuidar do nosso planeta vivo’, apresentando “conhecimento científico sobre as questões ambientais mais urgentes”.
“Esta publicação ilustrada relaciona a mudança climática, a biodiversidade e o uso sustentável dos recursos com as mensagens de Laudato si’, a Encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da nossa casa comum”, explica o organismo da Santa Sé.
O prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral explica que este guia, que “identifica ações relevantes ao nível das comunidades locais”, convida à união e a “agir sobre muitas manifestações do aquecimento climático e do colapso ecológico”, desde o desperdício alimentar à poluição atmosférica, da insegurança hídrica à perda de biodiversidade.
“Os atuais modos de desenvolvimento económico dependem da queima insustentável de combustíveis fósseis; o mercado atual empurra níveis nocivos de consumo que poluem o ambiente com lixo, bem como as nossas almas e espíritos com uma ganância insaciável. Mas esta licença selvagem para consumir é desfrutada por uma minoria cada vez menor da população global que acumula poder e riqueza e ignora qualquer sentido do genuíno bem comum”, desenvolve o cardeal Michael Czerny.
O documento reflete sobre diversas áreas, questiona o que tem de mudar e convida a tomar medidas: “O nosso clima; o nosso planeta vivo; a nossa água; o nosso ar; os nossos alimentos; o nosso consumo; o nosso futuro comum”.
Para além do subsídio ‘A Nossa Casa Comum: Um guia para cuidar do nosso planeta vivo’, existe também um sítio online, estão disponíveis em várias línguas: inglês, francês, italiano, português e espanhol.
Segundo o cardeal Michael Czerny, este guia, que ofereceram às Igrejas locais e aos grupos comunitários, “representa uma colaboração importante e esperançosa entre dois grandes setores, o da ciência e o da fé”, sugere ações práticas que podem ser “partilhadas e interligadas na Plataforma de Ação Laudato Si’”.
O guia resulta de um processo durante o qual o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (DSDHI) e o ‘Stockholm Environment Institute’ procuraram “ouvir e aprender uns com os outros”, empenharam-se “num diálogo aberto e empático sobre como responder às crises que enfrentamos em comum”.
A brochura, informam, foi impressa num processo “100% sem recurso a água” e foi produzida numa fábrica que é “alimentada exclusivamente por energia renovável e que produz zero resíduos para aterro”.
‘Laudato Si – Sobre o Cuidado da Casa Comum’, a segunda encíclica do Papa Francisco, que foi lançada em 2015, aborda a crise ecológica e as suas raízes “no excesso de consumo e nos modelos atuais de desenvolvimento económico”, questões que são “uma prioridade para o Papa, a Igreja Católica e todos os crentes, a comunidade científica e todos os cidadãos”.
O Papa está a preparar um segundo documento relacionado com este tema, desta vez uma exortação apostólica, que vai publicar no dia 4 de outubro, quando a Igreja Católica celebra a festa liturgia de São Francisco de Assis, e termina o ‘Tempo da Criação’ 2023.
As Igrejas e comunidades cristãs de todo o mundo estão a celebrar uma nova edição do ‘Tempo da Criação’, desde o dia 1 de setembro, este ano com o tema ‘Que a Justiça e a Paz Fluam’; esta iniciativa começou com uma celebração ecuménica.