Dom Bosco foi um grande exemplo em disponibilidade. Sabia se reconhecer como portador e canal da graça de Deus. Exercia com grande amor e eficácia a sua missão. Gostava de ser procurado, de estar no meio dos seus jovens, a ponto de muitas vezes, não parar sequer para se alimentar ou descansar.


Tais relatos são contados por outras fontes que conviveram com ele e atestam sua veracidade. Um exemplo acerca de seu apostolado, refere-se às confissões, conforme as MB III, p. 69:“ [...] dedicava ordinariamente duas a três horas por dia; em ocasiões especiais, empregava dias inteiros e até noites inteiras”. Não tinha dia ou hora para o serviço apostólico.

Além disso, Dom Bosco notava Deus no próximo, por isso, emanava de seu coração todo o carinho e atenção. Ele foi, de verdade, o santo da disponibilidade. Em uma Igreja do século XIX, onde os padres, clérigos e religiosos possuíam, certamente, muito mais prestigio social, quanto mais se tratando de Dom Bosco, seria fácil agir de outro modo, com agenda marcada, secretários, sala exclusiva para atendimento.

Todavia, um homem de Deus como ele, não poderia fazer diferente: se havia um tempo, ele o entregava ao próximo, com todo o prazer, se não havia, ele o criava, poupava o seu descanso para conquistar almas. Fazia dos pátios, das ruas, dos momentos informais o seu grande apostolado.

Em sua vida foi aberto às relações, isto é, disponível ao outro, sem exceção e distinção. Atendia jovens e adultos, anciãos e criancinhas, pobres e ricos, era padre a todo instante e para todos. E mesmo em meio as suas tantas e enormes ocupações diárias, ainda encontrava tempo para ir às ruas da cidade de Turim buscar jovens pobres, abandonados e marginalizados, para lhes oferecer amor, evangelização e educação.

E, faz-se importante dizer que não se trata de um ativismo, mas da consciência de disponibilidade, pois para ele não era importante fazer coisas, mas estar disponível para outro. Trata-se de um homem que fazia o quanto podia pelo bem do próximo.

Que grande exemplo de disponibilidade e de humildade, que grande demonstração de um religioso convicto e que compreendeu largamente a sua missão: estar com o povo e ser para o povo sinal permanente de Deus. É reflexo de uma pessoa que discerniu bem a sua vocação, assimilou que só é possível encontrar a plenitude de sua vocação no serviço ao outro.

Que todos nós, enquanto bons cristãos, a seu exemplo, sejamos disponíveis ao outro que nos circunda, que caminha conosco e está ao nosso lado. Em qualquer lugar e ocasião podemos ser sinais de Deus. Somos convidados a acreditar que é sempre Deus quem nos oferece a bonita oportunidade de servir ao outro. Não percamos jamais a beleza de ser disponível ao outro com amor e humildade. Seja em nossas casas, escolas trabalhos, sempre um momento para a graça de Deus acontecer.

Fernando Campos Peixoto, SDB

Bacharel em Teologia pela Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande-MS.

Extraído de Boletim Salesiano

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