Somos todos diferentes — distintos tamanhos, formas, etnias, gostos, crenças, atitudes e origens. Basta olhar para o lado e enxergar o outro, que facilmente chegaremos a essa constatação.
A questão está em saber como lidar com o que não é igual a nós e, principalmente, educar os mais novos para que entendam e aceitem a diversidade. Afinal, as crianças são instintivas, espelhando as atitudes dos adultos em que confiam e que admiram.
É um desafio que pais e responsáveis devem encarar para formar adultos melhores para o mundo!
O comportamento humano é pautado em exemplos que, quando bem estruturados na infância, formam cidadãos mais conscientes. Os valores que se estabelecem na memória de uma criança permanecem e se transformam ao longo da vida, fortalecendo a importância do respeito, ainda que diferente.
Conviver com as diferenças pode ser algo fácil, se defendido e ensinado desde os primeiros traços de entendimento. Para tanto, o diálogo e as demonstrações práticas são essenciais para que as crianças compreendam que a igualdade está presente mesmo onde há diversidade.
Trazemos algumas dicas abaixo e esperamos contribuir para o ensinamento das crianças sobre o modo de ver e perceber o que é diferente, sendo conduzidas, essencialmente, pelo amor e empatia.
Observe as suas próprias atitudes
Antes de agir no sentido de educar as crianças para respeitarem as diferenças, é importante que a família perceba, analise e entenda como ela mesma lida com isso, na individualidade de seus membros.
Dê exemplo sempre
Crianças de todas as idades, assim como os adultos, aprendem observando o comportamento do outro. Assim, um meio natural e, ao mesmo tempo, potencialmente eficaz para abordar o respeito às diferenças é ter atitudes de tolerância.
Converse com as crianças
Os membros do grupo familiar têm papel fundamental na educação em prol do reconhecimento e respeito à diversidade. Contudo, as crianças geralmente interagem com outras pessoas em vários contextos, como na escola, de modo que podem ter experiências distintas daquelas vividas junto da família.
Por isso, além de dar exemplo, é importante que a família converse com a criança. Nessas conversas, os adultos têm a chance de tratar de uma série de questões que favorecem a conscientização.
A família pode, também, explicar que a existência de diferenças é uma característica natural das pessoas e da vida, e que não respeitar isso pode causar sofrimento e tristeza àqueles que estão envolvidos.
Exponha as crianças ao que é diferente para elas
Tanto as crianças quanto os adultos às vezes precisam experienciar situações para aprender com elas. Assim, uma maneira que pode ser eficiente para educar quanto ao respeito pela diversidade é a exposição a situações que podem ser reais. Por exemplo, a convivência da criança com pessoas diferentes dela ou assistir a peças teatrais e filmes que retratem diferenças.
Mostre que o respeito à diversidade faz bem
É natural que as pessoas adotem posturas que tragam algum benefício, o que é válido para qualquer faixa etária. Por isso, é importante que a família faça com que acriança perceba que o respeito às diferenças de todos os tipos é uma prática positiva.
Faça brincadeiras que estimulem a integração
As brincadeiras lúdicas reúnem as crianças e permitem que elas interajam dando total atenção aos objetivos e resultado das brincadeiras sem se deterem nas diferenças. Quando as crianças estão brincando, priorizam a diversão e a participação coletiva.
Promover brincadeiras que integrem e as estimulem a compreender o limite e a capacidade de cada um, independentemente das condições que estabelecem qualquer diferença, é a melhor maneira de fazer com que cresçam sem distinções ou rótulos, prevalecendo a amizade.
Busque exemplos de representatividade
Além dos adultos da família, da escola ou do círculo social, apresentar bons exemplos que sejam representativos de aceitação e respeito à diversidade é um modo eficiente de as crianças se desenvolverem respeitando o fato de serem e fazerem escolhas diferentes.
A imagem, a cor, o cabelo e a classe social são elementos que definem nas crianças os sinais de pertencimento a um universo específico. Quando elas são apresentadas a figuras semelhantes ou que defendem a igualdade, tendem a fortalecer sua autoestima de uma maneira equilibrada.
Citar pessoas que se destacaram em diversos contextos da história, mesmo em uma condição desfavorável, é dizer às crianças que elas também podem alcançar grandes resultados se se dedicarem conforme o objetivo.
Muitos conseguem superar suas dificuldades com o apoio de amigos e defensores. As crianças podem ser convidadas a se colocar no lugar de cada personagem e relatar como agiriam em uma determinada situação.
Existem muitas maneiras de as crianças aprenderem a conviver com as diferenças e elas estão sempre dispostas, curiosas e questionadoras. Cabe aos adultos ter o discernimento de conduzi-las por um caminho de aceitação e respeito, num diálogo que deve ser constante e oportuno.
Evelyn Rocha
Diretora pedagógica