O acompanhamento é uma das bases de atuação do Centro Salesiano do Aprendiz (CESAM) de Goiânia. Além do contato cotidiano com os pais e responsáveis dos jovens e adolescentes que participam do Programa de Socioaprendizagem, a instituição promove periodicamente a Oficina de Apoio Sociofamiliar.
Ela é uma das iniciativas do CESAM Goiânia para estimular o protagonismo da família na formação dos jovens atendidos pela instituição. Realizada duas vezes por semestre, a última edição aconteceu no dia 15/06 e abordou o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A oficina foi um desdobramento da campanha Maio Laranja, mobilização nacional de combate a estes tipos de violência e que também foi trabalhada na Formação Permanente de Aprendizes.
A cada quatro casos de violência sexual no país, em três a vítima é criança ou adolescente, aponta o Cenário da Infância e Adolescência no Brasil2024. A pesquisa também identificou que 68,7% das violências acontecem no ambiente residencial, com 87,7% das vítimas sendo meninas.
A assistente social do CESAM Goiânia, Ludimila Amaral afirma que promover a conscientização e o debate com os pais e responsáveis dos aprendizes é uma forma de contribuir com o rompimento deste ciclo de violência. “Trouxemos também informações sobre como procurar apoio nestas situações e um parceiro para fazer as orientações jurídicas”.
O evento foi realizado em parceria com a Faculdade Anhanguera e recebeu a advogada Jaqueline Miguel Borges Andrade, especialista na área de direito de família. Ela explica que os pais e responsáveis são fundamentais para orientação, amparo e proteção dos mais jovens. “Os familiares são o pilar das crianças e adolescentes. Então, os laços precisam ser fortalecidos para que ali possa haver um acolhimento em qualquer tipo de situação.”
A advogada reforça a importância do diálogo e acesso à informação promovidos pela Oficina de Apoio Sociofamiliar. “É importante para que todos entendam que nós vivemos em uma sociedade que evoluiu muito e que hoje oferece maior amparo perante as autoridades”.
Mãe da aprendiz Stayce Ledux, Djanira Ledux acredita que a atividade direcionada para os pais e responsáveis é muito relevante para ajudar os familiares na formação dos jovens. “Gostei muito do que vocês fizeram e sei que vão continuar porque a informação é poder. Graças a Deus consegui colocar minha filha em um trabalho através do CESAM Goiânia. Eu me sinto lisonjeada por ela estar aqui e nós, como pais, também aprendemos muito com essa instituição.”
Além do debate sobre o tema, a oficina também recebeu o Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da Faculdade Anhanguera para realizar atendimentos dos familiares que precisam de orientação. O coordenador do núcleo, Wolfgang Dias explica que o NPJ atua de forma social, atendendo aqueles que não têm condições de arcar com um advogado. “Estamos de portas abertas para as famílias atendidas pelo CESAM Goiânia. As vezes a pessoa precisa, mas não sabe como resolver. Então, nós estamos aqui para contribuir com isso.”
O NPJ da Faculdade Anhanguera faz atendimentos independente da área do direito e os interessados podem agendar um horário pelo 62 98341-4411. Ludimila Amaral reforça a importância da parceria entre as duas instituições para um amparo integrado e que ultrapassa o Programa de Socioaprendizagem. “É uma atuação alinhada a um dos nossos pilares: a ação socioeducativa. Então, é muito importante termos o apoio de parceiros sociais para contribuirmos com garantia de direitos dessas famílias”.