A Paróquia São Francisco de Sales/BH celebra a quaresma e se prepara para os ritos da confissão e semana santa.
Com o início da Quaresma, a Paróquia São Francisco de Sales, convida os fiéis a se prepararem para a Páscoa de Jesus por meio da penitência e do Evangelho. Durante esse período, a Igreja também promove a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema a fome e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16).
Assim celebramos cada domingo deste tempo litúrgico: o 1º domingo da quaresma nos faz reviver e celebrar o senhorio de Jesus em nossas vidas. A Liturgia aponta que nossa opção deve ser a opção de/por Jesus. É preciso repensar a nossa vida e dar ênfase de que carregamos o nome de “cristão”. E para os que querem ser coerentes, cristãos que caminham com a verdade, é claro que acarretará renúncias. As tentações que o demônio criou para Jesus e as respostas próprias de Nosso Senhor são um mapa para a Vida Nova.
Neste primeiro domingo, Jesus diz “não” ao diabo recusando as mentiras, de poder, de facilidades, de atalhos, pois o que Cristo nos propõe é totalmente diferente: “[…] porque sou manso e humilde de coração” (cf. Mt. 11,25-30). É preciso reconhecer, dar lugar a Jesus, como o único Rei de sua vida.
No 2º domingo da quaresma: o caminho de transfiguração. Vida nova em Jesus é deixar-se transfigurar pela Graça, pelo amor d’Ele por nós. Isso tudo acontece quando buscamos “Amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento (Dt 6,5); e a teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18) (cf. Lc. 10,27). Deus mostra sua fidelidade à Abraão, é preciso crer. É entregar-se a Ele! Aderir à vontade de Deus que se manifesta em Cristo com toda sua grandeza. Amar em atitude de entrega, sem hipocrisia. A sombra da Cruz deve acompanhar todos os nossos atos cotidianos, santificar o nosso dia com a presença de Deus, oferecer a Ele para a maior honra e glória de Deus e pela salvação das almas.
Por meio das palavras do Evangelho, notamos com clareza, quer ser transfigurado? Então, faça com que sua vida exale o odor do perfume de Cristo: o odor sacrificial do amor. Amor por Deus e pelos irmãos. “Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor” (Efésios 5, 2).
No 3º domingo da quaresma: conversão, o caminho pascal. Só teremos vida plena se, pela Graça, nos tornamos livres do pecado e da escravidão do ego! Deus não nos escolheu para rastejamos como cobras, comendo o pó da terra. Não! Ele nos deu a capacidade de nos unir a Ele. E para chegar aos altos cumes, necessário é viver a conversão! Cravar o machado na raiz dos pecados de nossa vida. Ou mudamos de vida ou seremos mudados pela vida desregrada. Ou somos disciplinados no caminho do Senhor ou vamos continuar a patinar.
A conversão não é um assunto que deve ser esquecido, como algo ultrapassado, é mais do que essencial para nossa vida de cristãos católicos! A Palavra de Deus exprime que não devemos caminhar na hipocrisia, no sentido primitivo grego, do excesso exterior de piedade, mas dentro está podre. E Jesus mesmo é enfático: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar sem, contudo, deixar o restante” (Mateus 23, 23). A coerência com os mandamentos é primeiro passo de uma conversão profunda.
No 4º domingo da quaresma: o amor de Deus nos eleva a comunhão. Quando Deus revela-se, em seu amor a nós, Ele nos conduz a Ele mesmo. O Evangelho do quarto domingo demonstra a força do amor gratuito, do amor fiel e ainda mais: amor eterno por nós! Assim como está no livro do profeta Oséias, Ele nos atraiu com laços de amor (cf. Os. 11, 4). Seria interessante que você meditasse em Coríntios, capítulo 13, a fim de que nossa razão se abra a entender que o amor. A comunhão com Deus, a reconciliação conosco mesmo e o amor ao próximo, com mesmo amor com que você é amado por Deus, é o caminho para a grande elevação.
No 5º domingo da quaresma: o amor de Deus nos ressuscita. Mais uma vez, a Liturgia enfatiza que o amor de Deus gera em nós a liberdade e a nossa correspondência a Ele, nos dá vida nova e conduz-nos à ressurreição. Caminhemos para a Páscoa! Celebremos o Mistério!
A Paróquia São Francisco de Sales informa em breve sobre a Programação de Missas e celebrações para a semana santa e páscoa em 2023.
Seguem abaixo as informações sobre o mutirão de confissões paróquias. Vamos celebrar! nos encontramos nas celebrações! Fiquem todos com Deus!
A Igreja Católica e a Quaresma
Na Igreja Católica, o Ano Litúrgico é marcado por duas grandes festas: Natal e Páscoa. O Advento nos prepara para o Natal e nos oferece a melhor companhia para preparar o nascimento de Jesus: a Palavra de Deus. Agora, estamos no caminho de preparação para a Páscoa.
A Quaresma e a Campanha da Fraternidade vão nos ajudar a viver o caminho de Cristo, que experimentou, desde o presépio, o esvaziamento da glória divina, para que, na Páscoa, fosse exaltado e glorificado.
A palavra Quaresma: deriva do latim quadragésima, isto é, o quadragésimo dia antes da Páscoa. O número 40 tem, na Bíblia, grande força simbólica. Relembra os quarenta anos que o Povo de Deus passou pelo deserto; os quarenta dias e quarenta noites que Moisés passou no Monte Sinai; os quarenta dias e quarenta noites durante os quais o profeta Elias, fortificado pelo pão e pela água, chegou ao Monte Horeb; os quarenta dias e quarenta noites foi também a duração do dilúvio; assim como por quarenta dias o profeta Jonas pregou a penitência aos habitantes de Nínive. O próprio Jesus passou quarenta dias no deserto, lutando contra as tentações e preparando-se para a missão. Os 40 dias vão da “quarta feira de cinzas” até a “quinta feira santa”, início do chamado “tríduo pascal”. A Quaresma é, portanto, um tempo especial de reflexão. É tempo de esvaziamento de nosso orgulho, vaidade e egoísmo para nos plenificar, na Páscoa, da verdadeira vida, que é Jesus. A Quaresma é o tempo do deserto. É tempo de enfrentar os grandes desafios da vida. É tempo de travar uma grande batalha contra os nossos defeitos, vícios e tudo o que nos afasta de Deus. É tempo de acompanhar Jesus na sua caminhada de sofrimento, morte e ressurreição.
A espiritualidade da Quaresma apresenta três elementos que nos permitem captar o sentido profundo desse tempo.
O JEJUM: ao jejuar, purificamos não somente o nosso corpo, mas também o espírito. E quanto menos apego e coisas houver em nosso coração, mais espaço haverá nele para Deus.
A ORAÇÃO: para expressar o nosso amor a Deus e o desejo de realizar a sua vontade, somos convidados a intensificar a oração pessoal e comunitária.
A CARIDADE: somos convidados a quebrar o nosso egoísmo e imitar a misericórdia de Deus, repartindo o pão com os necessitados. Para tanto, no Domingo de Ramos, a Igreja propõe a coleta da Campanha da Fraternidade manifestando assim, o nosso espírito de solidariedade para com aqueles que mais precisam da nossa ajuda.
Sobre a ascese quaresmal e experiência sinodal, nos recorda o Sumo Pontífice Francisco:
A ascese quaresmal é um empenho, sempre animado pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências em seguir Jesus pelo caminho da cruz. Aquilo de que Pedro e os outros discípulos tinham necessidade. Para aprofundar o nosso conhecimento do Mestre, é preciso deixar-se conduzir por Ele à parte e ao alto, rompendo com a mediocridade e as vaidades. É preciso pôr-se a caminho, um caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, como uma excursão na montanha.
Um convite a pôr-se a caminho no seguimento de Jesus para aprofundar e acolher o seu mistério de salvação. É o que afirma o Papa em sua Mensagem para a Quaresma 2023, na qual destaca a relação entre o caminho quaresmal e o caminho sinodal que nós, como Igreja, nos comprometemos a realizar, radicados na tradição e abertos para a novidade.
O Papa recorda que “o evangelho da Transfiguração é proclamado, a cada ano, no II Domingo da Quaresma”. “Neste tempo litúrgico, o Senhor nos toma consigo e nos conduz à parte. Embora os nossos compromissos ordinários nos peçam para permanecer nos lugares habituais, transcorrendo uma vida quotidiana frequentemente repetitiva e por vezes enfadonha, na Quaresma somos convidados a subir «a um alto monte» junto com Jesus, para viver com o Povo santo de Deus uma particular experiência de ascese”, ressalta o Pontífice.
Essa notícia foi elaborada pelo P. Edilson Agreson da Silva, SDB.