Na última semana, muitos jovens do Centro Salesiano do Aprendiz(CESAM) de Goiânia puderam colher os frutos de sua preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com bastante estudo e dedicação, a aprendiz Gyovanna Oliveira alcançou 980 pontos na prova de redação e o aprendiz William Gonçalves tirou 920.

Além da formação teórica no Programa de Socioaprendizagem, a instituição promoveu um preparatório de redação em parceria com a professora voluntária Elaine Nicolodi, graduada em Letras e mestre e doutora em Educação. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), apenas 12 alunos alcançaram anota máxima, entre os quase 3,2 milhões de participantes. Os jovens do CESAM Goiânia estão entre os poucos participantes a superarem os 900 pontos na prova, que registrou o menor número de redações com nota máxima dos últimos dez anos.

Gyovanna afirma que sempre se dedicou aos estudos e acredita que ter repertório sociocultural é fundamental para o exame. “É um sonho porque eu sei que não foi fácil. Muita gente vai falar que foi sorte, mas é estudo e esforço. Sempre dei um jeito de tirar um tempo para estudar. Quando você sabe sobre a estrutura de uma redação, você consegue desenvolver qualquer tema. Muitas redações vão ser parecidas, mas aquelas que mostram mais conhecimentos ganham maior destaque. Acredito que é prática e você realmente se esforçar.”
A aprendiz acredita que no Programa de Socioaprendizagem os jovens têm maior facilidade para organizar os estudos, seja para o Enem, colégio ou faculdade. “Sempre tive o hábito de estudar porque conhecimento leva a gente a outros lugares. Na época da prova, eu estava estudando e trabalhando em um estágio e era muito mais puxado do que como jovem aprendiz. Vejo que o programa é justamente para a gente ingressar no mercado de trabalho, mas também conciliar os nossos estudos. Agora, eu sinto mais disposição para aprender.”  
A diretora executiva do CESAM Goiânia, Rosângela Rodrigues explica que o Programa de Socioaprendizagem tem como um dos objetivos a erradicação do trabalho infantil, prejudicial ao desenvolvimento humano integral. “Muitos aprendizes chegam aqui egressos do trabalho infantil. Ao longo de sua formação no programa, vão tomando consciência das vantagens do trabalho seguro e acompanhado. Uma delas é a oportunidade de conciliar de forma adequada o emprego aos estudos, que de modo algum pode ser prejudicado.”
O aprendiz William já estuda para o Enem há três anos e fez outras edições da prova como treineiro. Ele fez o preparatório do CESAM Goiânia e afirma que o resultado da prova é reflexo da constância nos estudos independente da sua área de interesse. “Esse foi a primeira vez pra valer depois que terminei o ensino médio. Eu sou uma pessoa de exatas. Tirei 900 pontos nessa prova. Em redação não sou tão bom, mas tirei uma nota bastante boa, que foi os 920. Acredito que você tem que ser constante nos seus estudos.”
Para o aprendiz, adequar os estudos para a prova com a rotina é fundamental para o bom desempenho e afirma que a dedicação faz muita diferença. “Eu vim de escola pública e é como diz, né? O aluno que faz a escola que estuda. Eu sempre me esforcei bastante para sair da realidade que sempre estive e agora estou colhendo os frutos. Tenho um sentimento de orgulho. Acredito que minha avó, que sempre me apoiou nos meus estudos, também sentiria muito orgulho de mim.”
Gyovanna ressalta a importância de organizar a rotina para estudar com tranquilidade e evitar a auto cobrança. “Se você não conseguiu agora, não é tarde pra você tentar de novo, seja qual for a idade. O importante é não desistir.” A jovem se orgulha da conquista e afirma que será a primeira da família a ingressar em uma faculdade. “Minha família também ficou muito feliz. Foi uma explosão de sentimentos bons. É uma sensação muito boa de conquista porque essa nota realmente mudou muito minha perspectiva de vida e de futuro.”
Rosângela ressalta o orgulho da instituição em contribuir com o desenvolvimento dos jovens para a vida. “É uma grande realização presenciarmos os êxitos dos nossos aprendizes na família, na escola e no mundo do trabalho. Por isso, buscamos constantemente aprimorar nossa atuação, acolher com mais qualidade e continuar acompanhando os aprendizes de forma sistematizada durante todo o programa.”

Além do impacto direto na vida dos aprendizes, a diretora reforça a contribuição social do Programa de Socioaprendizagem também para a comunidade. “O desenvolvimento e as conquistas dos nossos jovens são também realizações para suas famílias. Ouvimos muitos depoimentos de que eles estão mais contentes, confiantes e que têm mais respeito em casa. As empresas estão efetivando cada vez mais nossos aprendizes pela competência adquirida e pelos valores internalizados. Este é um reflexo do lema de Dom Bosco que sempre seguimos: ‘formando bons cristãos e honestos cidadãos.’”

Receba nossa Newsletter

Não enviamos spam. Descadastre-se a qualquer momento.