No domingo (14) a Família Salesiana celebrou 141 anos de presença no Brasil. O início das ações educativas pastorais da Congregação Salesiana no país aconteceram na cidade de Niterói (RJ), em meados de julho de 1883. Há exatamente 141 anos, os primeiros Salesianos eram recebidos pelo Imperador Dom Pedro II, de acordo com os relatos históricos da Congregação: “Em 14 de julho de 1883, vieram finalmente os Salesianos para o Brasil e foram recebidos com extraordinária amabilidade pelo Imperador Dom Pedro II, que demonstrava o maior interesse pelas obras salesianas” (MARCIGAGLIA, 1955, pp.17-19).

Foi na tarde de um sábado que os salesianos chegaram ao Brasil, entrando pela baía da Guanabara e desembarcando na Praça XV (Cais Pharoux). Eram sete sacerdotes, coordenados pelo Inspetor, Pe. Luís Lasagna. Foram para Niterói (RJ), onde ainda hoje funciona a primeira escola salesiana do país, o Colégio Santa Rosa.

A tradição do queijo e da rapadura


Ao chegar no local onde se hospedariam, encontraram uma casa pequena e muito simples que estava trancada e sem ninguém para recebe-los. O bispo do Rio de Janeiro, Dom Pedro Maria de Lacerda, estava em visita no estado de Minas Gerais (MG). Os Salesianos recém-chegados arrombaram uma janela e por ela saltaram para dentro. Na casa não havia muita coisa. A primeira refeição contou apenas com alguns alimentos oferecidos por amigos locais: o cônego Luís de Brito, o vizinho Benevides, Antônio Correa e Mourissy. A refeição de boas-vindas contou com alguns ovos, queijo e pão. No decorrer dos anos, sempre no dia 14 de julho, como uma espécie de celebração, a família Mourissy oferecia queijo aos Salesianos e daí nasceu a tradição de, anualmente, para celebrar e fazer memória da chegada dos primeiros salesianos ao Brasil, entregar queijo e rapadura (esta última introduzida posteriormente à tradição) às equipes da missão salesiana no Brasil.

Ampliação da missão


As oficinas do Colégio Santa Rosa marcaram época. O trabalho educativo com as Escolas Profissionais teve início em julho de 1885, com as oficinas de tipografia, encadernação, alfaiataria, sapataria e carpintaria. As Escolas Profissionais Salesianas de Niterói foram pioneiras no âmbito privado, sendo precedidas apenas por duas instituições semelhantes no tempo do Império.

O sociólogo Gilberto Freyre falava sobre a contribuição dada pela Congregação Salesiana, no início do século XX. "Aqui se deve ressaltar a notável contribuição católica para o desenvolvimento da educação dos brasileiros: aquela representada pelos colégios salesianos que foram implantados no país no final do século XIX. Colégios do tipo do Santa Rosa, de Niterói, e onde aos estudos secundários se acrescentavam os de artes e ofícios diversos”, falava Gilberto Freyre.

Dois anos após sua instalação no Rio de Janeiro, os missionários fundaram, em 1885, o Liceu Coração de Jesus, na cidade de São Paulo. Já em março de 1890, inauguraram o Colégio São Joaquim, em Lorena, interior do estado de São Paulo e, em 1892, também chegam ao Brasil as irmãs salesianas Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), trazendo às meninas brasileiras a acolhida salesiana que, até então, só era destinada aos meninos, uma vez que, naquela época, as escolas mistas ainda não era muito populares.

Rede Salesiana Brasil


Ao longo destes 141 anos de presença no Brasil, os Salesianos e as Salesianas têm realizado um vasto movimento em favor da juventude, com uma preferência especial àquela em situação de vulnerabilidade social.

Em 2012, a partir de um trabalho em Rede já consolidado entre os Salesianos de Dom Bosco (SDB) e as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), foi criada a Rede Salesiana Brasil (RSB) para fortalecer as ações desenvolvidas por ambos nas áreas de Educação Básica, Ensino Superior, Ação Social e Comunicação. Atualmente a RSB conta com 97 Escolas de educação básica que formam mais de 71 mil estudantes; 100 Obras Sociais que atendem mais de 60 mil crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, além de 11 Centros de Comunicação e 15 Instituições de Ensino Superior por todo o país que, juntos, promovem a formação integral de “bons cristãos e honestos cidadãos”, tendo sempre a juventude como a “porção mais delicada e preciosa da sociedade humana”.

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